Pedrinhas…
Às vezes estamos tristes…
Porque estamos e porque temos vontade de assim ficar.
A tristeza nasce de muitas e muitas pedrinhas
Que guardamos cá dentro como se fossem preciosas,
Criamos estima por elas e arrumamos-las lá no fundo do
nosso ser.
Então de vez em quando, sem que saibamos porquê,
É dia de as limparmos e de nos apegarmos a elas,
Como as nossas mais preciosas jóias.
Hoje resolvi limpar todo este incaracterístico tesouro…
Limpei a pedra do adeus
e admirei-me,
Como me foi um dia tão próxima e hoje já quase nem é
lembrança.
Limpei a pedra do talvez
e dessa sorrio,
Pois quem sabe um dia talvez a ache mesmo encantadora.
Limpei a pedra da insegurança
e pareceu-me estranho
Como segurei com tanta ternura uma pedra que nunca foi
minha.
Limpei e admirei um espólio que vale apenas
A emoção que a ele
me liga.
Confesso que a minha tristeza,
Nasce sempre da pedra que deixo para o fim…
Para o fim reservo sempre a pedra do silêncio,
Por muito que a limpe, por muito que a admire,
Nunca a conseguirei compreender.
Benvinda Neves
Julho 2013
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