quarta-feira, 31 de julho de 2013

Pedrinhas…



Pedrinhas…

Às vezes estamos tristes…
Porque estamos e porque temos vontade de assim ficar.
A tristeza nasce de muitas e muitas pedrinhas
Que guardamos cá dentro como se fossem preciosas,
Criamos estima por elas e arrumamos-las lá no fundo do nosso ser.

Então de vez em quando, sem que saibamos porquê,
É dia de as limparmos e de nos apegarmos a elas,
Como as nossas mais preciosas jóias.

Hoje resolvi limpar todo este incaracterístico tesouro…

Limpei a pedra do adeus e admirei-me,
Como me foi um dia tão próxima e hoje já quase nem é lembrança.

Limpei a pedra do talvez e dessa sorrio,
Pois quem sabe um dia talvez a ache mesmo encantadora.

Limpei a pedra da insegurança e pareceu-me estranho
Como segurei com tanta ternura uma pedra que nunca foi minha.

Limpei e admirei um espólio que vale apenas
A emoção que a ele me liga.

Confesso que a minha tristeza,
Nasce sempre da pedra que deixo para o fim…

Para o fim reservo sempre a pedra do silêncio,
Por muito que a limpe, por muito que a admire,
Nunca a conseguirei compreender.

Benvinda Neves
Julho 2013

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