terça-feira, 30 de maio de 2023

"Jacarandás"...

 Há quem os odeie e há quem os ame,

mas acredito que é indiscutível a sua beleza:

"Jacarandás"...

Sou das que os ama e admira

e praticamente todos os anos, por esta altura, os registo.

São um festival de cor, tanto nas árvores, como no chão,

razão pela qual alguns os detestam.

Algumas imagens dos Jacarandás pelas ruas de Oeiras.












Benvinda Neves

domingo, 28 de maio de 2023

"Capela Memorial aos Combatentes do Ultramar"...

Hoje o passeio foi por Belém e pela primeira vez

ao passar junto ao Memorial dedicado aos soldados do Ultramar, entrei na

"Capela Memorial 

aos Combatentes do Ultramar"...

Impossível não nos sensibilizarmos com a quantidade de nomes

inscritos nas paredes que rodeiam a chama permanentemente acesa.

Lá dentro, numa capela despida, um Cristo mutilado encima o altar,

uma rampa conduz-nos a um túnel que nos leva a uma pequena sala

onde uma urna é a memória de todos os que pereceram.

Uma voz lembra nome a nome todos os 

que ficaram registados como tendo regressado num caixão. 

Numa das paredes um triste e real poema que transcrevo:

"Regresso:

Está um vapor acostado ao cais

Que suporta a dor de mulher e pais!

Do porão, em guindaste, elevado ao céu,

Sai um caixote envolvido em imaginário véu...

Véu de esperança à partida, Véu de guerra

Véu que deita alguns heróis por terra...

Traz um marido e um filhote

e o caixão, não é mais que um caixote...

Saiu entre muitos, com o seus Batalhão,

regressa mais só...que a própria solidão...

Vem ditado. Erguido aos céus não mexe mais

Cai nos braços da mulher e pais.

Alguém esperando, tem uma bandeira na mão...

Estende-a sobre o corpo dentro de um caixão...

Vem anônimo. Sem se saber o que terá sofrido

Veio, como vem qualquer soldado, desconhecido."

Esta foi a realidade, durante muitos anos, até ao 25 de Abril / 74

Morei em criança junto ao quartel dos Comandos da Amadora

e tenho memória dos pelotões que desfilavam nas ruas,

a caminho dos barcos que os levavam para a guerra,

enquanto os familiares nos passeios choravam 

e acenavam com lenços brancos.

Sabiam como iam, nunca sabiam como voltavam 

ou se voltavam. 

Muitas famílias destruídas, muitos homens afetados,

não só os que morreram, também os que regressaram

e sofrem física ou psicologicamente os horrores da guerra.

Depois de viver uma guerra, ninguem volta a ser igual. 

Pelo fim da guerra já teria valido o 25 de Abril.





















Benvinda Neves