quarta-feira, 17 de julho de 2013

Chocolate…





Chocolate…

Embrulhado em silêncio ficou o medo
E o pensamento foi profanado,
Ditado pela injusta sentença de a si mesmo se julgar.

Só a ressaca cambaleia desnorteada, 
Como testemunha desmentida,
Que trás na boca o sabor embriagado da mistura condimentada,
Com que foi brindada a vida.

De chocolate negro, amargo, sedoso e irresistível
Se adocicam desejos.
Desfaz-se entre dedos nus que escaldam,
Barra as almas que se procuram,
Envolvendo-as em cheiros, beijos e abraços.

Estendem-se sorrisos e suspiros,
Como lençóis de seda fina, esvoaçando ao vento,
Tecidos na mais pura felicidade.

Perfeita a representação não fora o ponto,
Que do seu cubículo repete a deixa que ditará o acto final.
Ecoa baixinho a sua voz em sussurro “perdoa amor”…

Como se não tivessem sido iguais em tamanho as vontades.

Benvinda Neves

Julho 2013


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