Comportamento machista…
Parece que as viagens de comboio me inspiram…
pois quando escolho este meio de transporte,
tenho sempre uma “crónica” para contar.
Aliás, usar qualquer transporte público é um
sair do meu “pequeno mundinho”
e partilhar um pequeno espaço com um número
considerável de desconhecidos,
não sendo por isso de estranhar que se
enriqueça a experiência.
Hoje o comboio vinha “à pinha”- as pessoas
empurravam-se e arrumavam-se como
Conseguiam pelos corredores.
Era como viajar num dia de greve,quando o numero de comboios é reduzido e toda a gente quer entrar no primeiro que passa.
Era como viajar num dia de greve,quando o numero de comboios é reduzido e toda a gente quer entrar no primeiro que passa.
Havia um concerto de Verão em Algés, junto ao
rio e por sinal actuava uma banda muito popular,daí a invasão anormal das carruagens, que
vinham cheias de juventude.
Entre empurra daqui e dali, lá se moviam
ligeiramente todos os que estavam de pé e havia lugar para mais um.
Todos… com excepção de uma “rocha” firmemente
segura pelos dois braços, entre os bancos à frente e atrás de mim.
Vinha “vidrado”, de olhos esbugalhados, nos meus “troncos gorduchos”, embrulhados em meias de seda. Pouco me restava fazer, pois cruzar ou descruzar as pernas não desmotivava o interesse da criatura.
Vinha “vidrado”, de olhos esbugalhados, nos meus “troncos gorduchos”, embrulhados em meias de seda. Pouco me restava fazer, pois cruzar ou descruzar as pernas não desmotivava o interesse da criatura.
Tenho a certeza que até Algés não viu mais
nada e só acordou do “transe”, porque tive que lhe pedir licença para deixar
sair a garota que tinha vindo sentada ao meu lado.
Desviou-se e agora eu de pé, era por inteiro objecto de admiração.
Desviou-se e agora eu de pé, era por inteiro objecto de admiração.
O concerto era ali, a carruagem fica
praticamente vazia o silêncio cai de repente e a criatura com expressão
admirada, percebe que algo mudou e pergunta-me:
“que aconteceu?”
“que aconteceu?”
Lá lhe expliquei o evento e ele embevecido
descobre com satisfação que eu também falava.
Prosseguimos até Oeiras, onde ambos descemos,
mantendo o senhor todo o caminho “aqueles olhos comilões”. Desceu à minha
frente, mas pede desculpa ao abandonar o espaço, por ter que se retirar com
pressa, pois não pode perder o autocarro.
Pelo que não só não se apercebeu que me incomodou o percurso todo, como sentia que me tinha prestado um grande elogio.
Pelo que não só não se apercebeu que me incomodou o percurso todo, como sentia que me tinha prestado um grande elogio.
Lembro involuntariamente a velha expressão que
usou um amigo quando lhe perguntei porque desejam alguns “homens ter todas as
mulheres” – pela mesma razão que alguns “cães correm atrás de todos os carros,
sem nunca os conduzirem”.
Haverá pois um pouco de “instinto canino” em algumas criaturas.
Haverá pois um pouco de “instinto canino” em algumas criaturas.
Vejo
constantemente homens a viajar de calções, contudo nunca me apercebi deste tipo
de comportamento obsessivo por parte das mulheres.
Pelo que deduzo ser um comportamento mais
cultural que instintivo.
Quando digo cultural refiro-me a machista, porque não tem a ver com o nível intelectual de quem o pratica – pois não é raro ver
cavalheiros de aspectos diferentes, terem o mesmo “instinto canino” em relação
a fêmeas que não as que os acompanham.
É deselegante meus senhores…nenhuma mulher
gosta.
Quando
o voltarem a fazer, não se esqueçam que a mulher observada,
tal como vocês …
”Sabe que correm e falam…”
tal como vocês …
”Sabe que correm e falam…”
mas isso não
significa que algum dia saibam conduzir.
Benvinda Neves
13 Julho 2013
Eh Eh Eh... muito bem observado.
ResponderEliminarApenas um esclarecimento: todos nós nos "deleitamos", é algo natural, instintivo e muito pouco cultural (aí discordo de ti). O que acontece é que alguns disfarçam melhor do que outros...
Beijinho
Jota Marques, uma coisa é gostar, outra coisa é ter comportamento obsessivo. Não acredito que seja instintivo - pois teria que ser igual em nós mulheres. Não me considero menos instintiva que os homens - e até hoje nunca me foi provado que os homens o sejam mais que nós (eu, pelo menos). Acredito que é mesmo cultural - um resto do que ficou de quando os homens achavam que eram donos e senhores do mundo e reinavam sobre as mulheres, não tendo estas qualquer escolha. Ficou-lhes (em alguns) aquela mania de olhar doentia-mente para aquilo que poderia ser mais um troféu. Pior, a maioria nem "mantêm limpo e brilhante" o bom "troféu" que têm em casa. É para mim sem dúvida cultural. Também gosto de olhar um cavalheiro que tenha charme, e acontece às vezes olhar duas vezes. Acho que acontece igual com as outras mulheres - e isso é instinto. Mas nunca fiquei, nem vejo as outras mulheres ficarem obcecadas a babar-se para cima de ninguém.
ResponderEliminarÉ sobretudo de muito mau gosto e falta de respeito pelos sentimentos alheios, fazerem-no quando vão acompanhados - e é bastante comum na nossa sociedade.
Por isso Jota (e eu de ti não tenho nada a dizer, pelo contrário - pois és simpático, elegante e sabes "dar piropos", sem te babares em cima), a minha critica é apenas em relação aos "tarados" deste mundo, que incomodam quem os rodeia.
Beijinhos para ti, desejo-te uma boa semana.