Faz parte do nosso imaginário,
suscita curiosidade e não há quem não deseje ir ao
"Farol do Bugio"...
Durante muitos anos acalentei essa vontade,
que por uma ou outra razão foi sendo adiada.
Finalmente foi concretizado o desejo, sábado passado,
com visita guiada pelo professor historiador Joaquim Boiça,
especialista em história museológica e de faróis.
Uma construção circular, que começou por ser um forte,
com a função de proteger a entrada da barra,
em conjunto com o Forte de São Julião.
Erguido num banco de areia que resulta de assoreamento natural,
da confluência da foz do rio Tejo, com o oceano Atlântico,
daí ter recebido a designação de
"Forte de São Lourenço da Cabeça seca".
Foi encomendado o estudo na época Filipina (1580 - 1598),
para proteger a entrada em Lisboa do ataque dos
corsários ingleses e holandeses.
Em 1590 Casale apresentou ao rei dois projetos,
tendo sido escolhido o da fortificação circular.
A construção prolongou-se no tempo,
tendo sido decretado por D. João IV,
em 1643 que fossem concluídas, o que aconteceu em 1657.
Deixou de pertencer ao comando de São Julião da Barra,
para passar a ter comando próprio, em 1675.
Existe uma planta de 1693 em que
a torre central já era encimada por farol.
O edifício classificado como imóvel de interesse publico, hoje sob a
"Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais",
encontra-se em muito mau estado de conservação,
segundo entendemos, pelo desentendimento
entre as Câmara Municipais de Oeiras e Almada,
que disputam a sua pertença.
Entretanto, além da corrosão implacável do mar,
são as gaivotas que pintam de fezes as muralhas.
Do seu interior é visitável uma capela em ruinas,
e o espaço entre a muralha (interior e exterior).
Podemos subir ao piso mais elevado
e percorrer o espaço em redor de toda a torre central,
com vista sobre a costa de ambos os lados do rio.
Uma visita que gostei muito,
pela curiosidade e sobretudo pela parte histórica.
A lamentar o estado de conservação do edifício
e a melhorar o acesso ao farol,
pois embora o catamaran seja bastante seguro,
o desembarque e embarque no Bugio,
é extremamente perigoso.
O barco não consegue encostar e as pessoas
praticamente são "içadas" entre braços, para terra.
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