segunda-feira, 21 de agosto de 2023

"Farol do Bugio"...

Faz parte do nosso imaginário, 

suscita curiosidade e não há quem não deseje ir ao

"Farol do Bugio"... 

Durante muitos anos acalentei essa vontade,

que por uma ou outra razão foi sendo adiada. 

Finalmente foi concretizado o desejo, sábado passado,

com visita guiada pelo professor historiador Joaquim Boiça,

especialista em história museológica e de faróis.

Uma construção circular, que começou por ser um forte,

com a função de proteger a entrada da barra,

em conjunto com o Forte de São Julião.

Erguido num banco de areia que resulta de assoreamento natural,

da confluência da foz do rio Tejo, com o oceano Atlântico,

 daí ter recebido a designação de

"Forte de São Lourenço da Cabeça seca".

Foi encomendado o estudo na época Filipina (1580 - 1598), 

para proteger a entrada em Lisboa do ataque dos

 corsários ingleses e holandeses.

Em 1590 Casale apresentou ao rei dois projetos,

tendo sido escolhido o da fortificação circular.

A construção prolongou-se no tempo,

tendo sido decretado por D. João IV,

em 1643 que fossem concluídas, o que aconteceu em 1657.

Deixou de pertencer ao comando de São Julião da Barra,

para passar a ter comando próprio, em 1675.

Existe uma planta de 1693 em que 

a torre central já era encimada por farol.

O edifício classificado como imóvel de interesse publico, hoje sob a 

"Direção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais",

encontra-se em muito mau estado de conservação,

segundo entendemos, pelo desentendimento

entre as Câmara Municipais de Oeiras e Almada,

que disputam a sua pertença. 

Entretanto, além da corrosão implacável do mar,

 são as gaivotas que pintam de fezes as muralhas.

Do seu interior é visitável uma capela em ruinas,

e o espaço entre a muralha (interior e exterior).

Podemos subir ao piso mais elevado 

e percorrer o espaço em redor de toda a torre central,

com vista sobre a costa de ambos os lados do rio.

Uma visita que gostei muito, 

pela curiosidade e sobretudo pela parte histórica.

A lamentar o estado de conservação do edifício

e a melhorar o acesso ao farol,

pois embora o catamaran seja bastante seguro,

o desembarque e embarque no Bugio,

é extremamente perigoso.

O barco não consegue encostar e as pessoas 

praticamente são "içadas" entre braços, para terra.



































Benvinda Neves

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