domingo, 1 de dezembro de 2013

A minha Alma é Azul…


(29 de Novembro 2013)


A minha Alma é Azul…

Gosto dos finais do dia como o de hoje,
azul brilhante, resplandecente de luz.
Nem me importa se estamos a mais de meio Outono
e temos um frio igual ao de um Janeiro, provocado por uma vaga polar.
O que gosto mesmo é desta luz magnífica, 
deste azul infinito que nos contagia a disposição.

Opto por entrar cedo no trabalho, uma vez que tenho horário flexível,
assim dá para ao fim do dia caminhar junto ao mar, 
ou simplesmente perder-me nos meus pensamentos,
enquanto vejo crescer e morrer cada onda.
Tenho consciência que preciso disto, para manter o equilíbrio.
Fico neura quando tenho o tempo tão preenchido
e me privo dias seguidos desta liberdade.

A alma é livre, como o corpo nunca conseguirá ser.
Descobre forma de se moldar a cada paisagem e torna-se parte dela.
A minha molda-se ao céu, ao mar, à terra e até ao vento ou à brisa...

Dizem que todas as almas têm uma cor, 
e que a cor que emana de cada uma depende do nosso estado de espírito. 

Tenho a certeza da cor da minha – é azul.
Azul profundo e infinito, feita de céu e mar.

Descubro todos os dias que não sei medi-la,
nem onde acaba ou se tocam água e ar.
É como caminhar na direcção da linha do horizonte, 
por muito que ande, apenas descubro que há mais e mais...
Posso caminhar eternamente, sem nunca a perder de vista,
mas jamais a alcançarei.

Sinto que sou mais azul-céu,
quando os sonhos me invadem
e me afastam da terra, levando-me na sua ilimitada profundeza.
Fazem-me flutuar irrealmente, em nuvens brancas e brilhantes,
que tomam todas as formas e contam histórias.
É na profundeza do céu que ficam todos os lugares do meu imaginário,
porque este é o azul de todos os meus sonhos.

Sou mais azul-mar,
quando sou real - a pele é espuma branca que refresca
e se desfaz de prazer ou arrepio que me faz sentir viva.
Quando abraço e beijo em ondulação de emoções
ou quando respiro e inspiro marés de vida.
O meu azul-mar é cheio ou vazo, como as marés,
mas é o real colorido de toda a minha vida.

Muitas vezes não dizemos o que sentimos...
nem adivinhamos o que os outros sentem
e deixamos que a alma se perca entre azuis.

Benvinda Neves
Novembro 2013


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