(obrigada Nela Gomes - pela foto)
Túnicas…que
são a minha alma…
Tenho túnicas transparentes,
Que reflectem a minha alma
E que visto na cor dos meus sentimentos.
Azul
a da dor,
Vermelha
a da paixão,
Cinzenta
a da nostalgia,
Branca
a da paz.
Pelos fins da tarde,
Encarnam a minha alma,
Abro-as e deixo que vão “como livres”
Na vontade do vento.
Quando Azuis…
Esvoaçam na musicalidade das ondas
Enquanto meu corpo se contorce,
No seu manifesto de dor
Sobre a molhada areia das praias.
Quando Vermelhas…
Soltam-se em reflexos rubros,
Que tingem céu e mar
E fazem-me dançar freneticamente
Até ao anoitecer.
Quando Cinzentas…
Pintam céu e mar de melancolia,
Entristecendo a vontade,
Fazem-me caminhar devagar,
Como se a areia fosse sempre grossa
E pudesse toda ela magoar-me os pés.
Quando Brancas…
Sento-me a contemplar o mar,
Sorrio até da espuma que decora a areia,
Renovo vontades em cada onda
E pinto sonhos grandes na linha
Onde o céu e o mar juntos se deitam.
Às vezes penso que vesti a túnica branca
E dou por mim vestida de todas as cores…
Benvinda Neves
Outubro 2013
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