Nem bem…nem mal disposta…
Há dias assim… como o de
hoje, em que não posso dizer que acordei mal disposta, mas também não acordei
bem-disposta.
Sonhei imenso, uns atrás dos
outros, sonhos em turbilhões, numa mistura enorme entre passado, presente e fantasia
– às vezes acordo baralhada.
Tenho esta péssima “mania” de fazer durante a
noite “coquetel” extravagante em que misturo o que não devia e com uma
realidade tal que me leva a acordar.
Seja essa a razão ou outra
qualquer, apesar de me ter deitado perto da uma da manhã, acordei às cinco,
bem-disposta – até tactear na escuridão para acender a luz, olhar para o relógio
e ficar “meio-telhuda”- não me vou levantar a esta hora.
Gostava mesmo de conseguir
dormir bem…não sei porque acordo, quando sinto que precisava ter dormido mais.
Pareço um zombie nas primeiras horas da manhã, demoro a fazer tudo e preciso de muito tempo, porque detesto que o dia comece com pressa.
Pareço um zombie nas primeiras horas da manhã, demoro a fazer tudo e preciso de muito tempo, porque detesto que o dia comece com pressa.
Que ninguém tenha que esperar
por mim, porque mesmo que não me diga nada, tenho a certeza que está a apressar-me
e isso deixa-me irritada.
Odeio esperar, mas odeio
igualmente que me esperem.
Hoje foi mesmo daqueles dias
em que precisei de muito mais tempo…
Tenho um roupeiro com um
tamanho razoável, onde guardo apenas a roupa da época, mas bem me fartei de
olhar lá para dentro, com as portas escancaradas e nada naquele maldito armário
me agradava.
Talvez “mude” durante a
noite, mas tem manhãs em que tudo me fica horrível:
“-Como raio me está isto hoje tão apertado?
Pareço um salpicão”
“-Olha a treta deste tecido
deve dar de si, não me lembro disto me ficar tão largo, parece um saco.”
“-Não vou pôr esta cor hoje, vou parecer um
cadáver...”
“-Isto não fica nada bem com
os sapatos nem com a mala e esses não vou trocar…”
“Onde é que eu tinha a
cabeça quando comprei isto, nunca vou vestir, nem parece meu…”
Podia enumerar mais uma dúzia
de pensamentos que me ocorrem, mas a realidade é que a única frase verdadeira é:
“Droga, hoje não me apetece vestir nada, porque não me apetecia sair para ir trabalhar.”
Se fosse para ir passear à beira-mar, tenho a certeza que qualquer coisa servia.
“Droga, hoje não me apetece vestir nada, porque não me apetecia sair para ir trabalhar.”
Se fosse para ir passear à beira-mar, tenho a certeza que qualquer coisa servia.
Cerca de uma hora depois
entro na cozinha para o pequeno-almoço, ainda meio-convencida, mas pronta.
Depois foi aquilo que podemos
chamar a cereja no topo do bolo – quando retiro a caneca do leite quente, bato
com ela na porta do micro-ondas e fico com o vestido a pingar…
Conclusão, uma
mulher só precisa de cinco minutos para se arranjar – pois julgo que foi exactamente o
tempo que demorei a escolher outro vestido a vestir-me e a sair de casa.
Benvinda Neves
26 Setembro 2013
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