Desassossego…
Vou no alvoroço do vento,
Porque há vezes em que
não contenho o desassossego,
Que se liberta das
amarras a que o condeno.
Crescem lentamente nuvens
de tempestade,
Nas coisas que não
arrumámos no tempo
E soltam-se em chuva
repentina,
Nas noites em que a lua
se esquece de iluminar.
Hoje se vires nascer
fogo na noite,
Saberás que incendiei
o mundo,
Porque não suporto
noites sem luar.
Arde a solidão condenada
pelo medo,
Queima o silêncio como
réu que se atribuiu sentença,
Vaidade e orgulho de a
si próprio não saber perdoar.
Triste a sombra que se
abateu sobre a alegria de se ousar,
Sabe a sal o perfumado mel,
Constrangem-se no
peito as duvidas,
Diluem-se no tempo as
lembranças.
Vou no alvoroço do vento…
Porque há noites em
que não contenho o desassossego,
Que me incendeia a
alma e me obriga a liberta-la.
Benvinda Neves
Setembro 2013
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