sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Espera…



Espera…

Triste este crepúsculo,
onde não é noite, 
mas também já não é dia.

A serra escurece
e o verde que a cobre
surge num negro de sombras disformes,
transformado em pensamentos confusos.

Até o vento se esqueceu 
que esta é uma noite de Verão,
e sopra com violência,
como se quisesse chegar a todos os recantos
e pudesse até esvaziar a alma.

Não sei porque espero
que o silêncio da noite me traga tranquilidade,
quando é o compasso do meu coração
que me sobressalta a mente.

Sei que a maioria das vezes
não verei a luz das estrelas
que hão-de surgir, 
como todas as noites, a piscar lá longe.

Mas espero-as...
talvez porque o seu pulsar  me trás esperança.


Benvinda Neves

Agosto 2013

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