segunda-feira, 20 de maio de 2013

Tempo de vida…




Tempo de vida

Adormeceste na sombra…
Sentaste-te para descansar,
Depois de longa e extenuante caminhada,
Que te quebrou a força e a vontade.

Involuntariamente ficaste…
Foste ficando,
No cómodo limbo que mantém mornos os sentimentos
E acho que sem querer adormeceste.

Ficaste a dormitar naquela sombra meio temperada,
Que mantém meio-vivo um quase morto
E faz morrer um quase-vivo.

Desculpaste-te que esperavas a Primavera
E na Primavera que esperavas o Outono,
Mas o tempo mudou, e como todos dizemos
“Já não é o que era”.

Já não há Primaveras, já não há Outonos,
As estações do ano são cada vez mais iguais
E o único tempo que todos conhecemos
É o tempo de vida…
Que queremos não seja sempre igual
E dele, não queremos só uma sombra.

Queremos Primaveras, Verões, Outonos e Invernos
Para nos sentirmos vivos. 

Precisamos dos diferentes tempos,
Para nos temperar a vida
E todo o tempo é sempre pouco. 


Benvinda Neves
Maio 2013




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