Mais um bocadinho do Monte
e da paisagem campestre do nosso Alentejo,
para deixar registado como está tão bonito
salpicado de estevas, papoilas e outras plantas silvestres
e contar uma pequena "história" real.
No Alentejo: tudo "é já ali"...
A noção de distancia para quem lá habita,
não é bem igual à nossa.
Uma vez mais comprovei a razão de assim ser.
Vínhamos do Monte Selvagem,
quando vi um senhor de bastante idade na berma a pedir boleia.
Perguntei-lhe se a nossa direcção direito a Montemor-o-Novo
lhe servia, pois não conhecíamos a terra para onde ia.
"Claro que serve menina - e muito bem, pois eu "vou já ali"...
Andámos... andámos... e eu ia dizendo ao senhor
para não se esquecer de dizer onde queria ficar,
pois já achava longo o caminho,
que ele me disse fazer às vezes a pé,
por não haver autocarros.
Por curiosidade fui hoje ao mapa ver
quantos quilómetros são "já ali"...
e fiquei a saber que aquele senhor,
com idade bem acima dos setenta,
quando precisa e não arranja boleia, faz mais de 8 Km
(só ida - o dobro para voltar)
(só ida - o dobro para voltar)
até à povoação seguinte,
porque aos fins de semana e feriados não há autocarros.
Quando não consegue a pé - tem que pagar um táxi.
Bonita a vida no campo...
como se diz tantas vezes - mas é dura e de grandes sacrifícios.
Tenho a alma "meio Alentejana..."
( a minha mãe era do Alto Alentejo)
é sempre com muito carinho que me refiro ao Alentejo
e às suas gentes.
Benvinda Neves
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