Solidão …
Nas minhas
muitas voltas, por aí…
sem destino, como tanto gosto,
sem destino, como tanto gosto,
encontro
várias pessoas que como eu,
apreciam em alguns momentos estar sós.
apreciam em alguns momentos estar sós.
Isso
levou-me hoje a divagar sobre a palavra “solidão”.
Somos
seres socáveis,
gostamos de companhia,
gostamos de companhia,
embora uns mais outros menos,
depende das
personalidades
e das “pancadas” da vida.
e das “pancadas” da vida.
Conheço pessoas
que são incapazes de estar sem companhia
e outras para quem é quase castigo
ter que conviver e partilhar espaço.
que são incapazes de estar sem companhia
e outras para quem é quase castigo
ter que conviver e partilhar espaço.
Tenho facilidade
em fazer amigos
e manter as boas amizades.
e manter as boas amizades.
Gosto de convívios, de dançar
e sobretudo de conversar e gargalhar à volta de uma mesa cheia.
e sobretudo de conversar e gargalhar à volta de uma mesa cheia.
Mas há
alturas em que preciso e sinto urgência
na solidão – como se ela fosse uma terapia
essencial ao meu equilíbrio.
na solidão – como se ela fosse uma terapia
essencial ao meu equilíbrio.
Apenas
quando estou só
consigo ir ao mais fundo do meu ser,
consigo ir ao mais fundo do meu ser,
sem me dispersar.
É um mergulhar na serenidade
e na tomada de consciência.
e na tomada de consciência.
Talvez a curva descendente da vida
nos leve ao labirinto da contemplação
e nos mostre a nossa pequenez.
Torna-nos também mais complacentes,
pois ficamos mais tolerantes connosco e com os outros.
nos leve ao labirinto da contemplação
e nos mostre a nossa pequenez.
Torna-nos também mais complacentes,
pois ficamos mais tolerantes connosco e com os outros.
Mas a
solidão nem sempre é estar só
e quem está só nem sempre sofre de solidão.
A solidão
que mais dói é a da indiferença,
aquela a que outros assistem sem que a partilhem.
aquela a que outros assistem sem que a partilhem.
O mundo
está cheio de pessoas solitárias,
que coabitam e se deitam todos os dias na mesma cama.
que coabitam e se deitam todos os dias na mesma cama.
É difícil descrever
a solidão,
porque é um estado de alma
que se ama às vezes e se odeia outras.
Mas ela cria habituação.
porque é um estado de alma
que se ama às vezes e se odeia outras.
Mas ela cria habituação.
Quando a
odiamos,
é porque a deixámos crescer
como uma semente infestante
que geminou e invadiu o nosso lar.
é porque a deixámos crescer
como uma semente infestante
que geminou e invadiu o nosso lar.
Quando a
amamos,
é porque é porque a sabemos controlar,
e não deixamos que cresça e se apodere de nós.
é porque é porque a sabemos controlar,
e não deixamos que cresça e se apodere de nós.
A solidão
é boa, quando não é absoluta,
mas sim momentos da nossa vida.
mas sim momentos da nossa vida.
Quando a
solidão
é o que resta da vida de alguém - é triste como a morte.
é o que resta da vida de alguém - é triste como a morte.
Essa é a única
solidão que receio.
Benvinda Neves
Março 2014
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