O tempo não apaga as palavras...
Há palavras nos estendais do tempo,
Que esvoaçam ao sol e ao vento,
Numa dança despreocupada,
Como roupa pendurada e ali esquecida.
Mas em dias de vendaval,
Sopradas com violência,
Enrolam-se na corda da vida,
Enrolam-se na corda da vida,
Apertando-nos a alma, abrindo rasgos de amargura.
Há falas que se agarram ao íntimo
E voltam a assumir a importância de roupa nova,
Ainda que velhas e puídas.
Há dias cheios de sol que nos falseiam as expectativas,
A roupa não seca…
Mas a gente não perde a esperança
E volta a expô-la ao tempo.
Benvinda Neves
Março 2014
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