Marés…
Oiço
a cadenciada rebentação das ondas …
Num ritmo
ora frenético, ora calmo.
Vem de
dentro, tenho a certeza,
Umas vezes com
impetuosidade outras com melancolia,
Numa
musica ditada pela alma,
Sempre
viva e jovem,
Na procura
incessante de a si mesmo entender.
Há doçura
e perigo no magnetismo que vem das marés,
Como
uivos de desejo que se abatem sobre a praia
Ou sussurros
que soltam,
Quando se espraiam em espuma sobre a areia.
Atrai-me
a forma como se desfazem as ondas,
Sem que
entenda porque o fazem.
Morrem
em exibições de beleza,
Como
quem corteja o mundo
E se
deixa nele desfalecer.
Alma
que dança ao desvario
E se
perde nos braços, cansada,
Numa
exibição que estonteia.
Perco
a razão e enlouqueço,
Não sei
se deixo de ser…
Ou se
simplesmente me dispo e mostro.
É
esta agitação de marés que melhor me descreve.
Ora
calma…ora agitada,
Que oceano
sem ondas não é mar…
Benvinda Neves
Fevereiro 2014
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