Memórias de uma criança perdida…
Apagaram-me a luz,
A repentina escuridão engole-me,
Os sons agigantam-se e propagam-se,
Os sons agigantam-se e propagam-se,
Intercalando com momentos
De opressores silêncios que me
mantêm alerta.
A noite é negra e imensa, o tempo não passa
E eu sou criança só, encolhida e cheia de medo.
Tento adivinhar as formas, que se projectam das ténues
sombras.
Aquela árvore que ao luar se encosta na janela,
É um ser fantasmagórico com braços enormes
Que se esticam até
ao meu leito
E me tentam puxar para o desconhecido.
Talvez tenha sido esse ser
Que me desmembrou a família e
destruiu o lar.
O vento parece aproximar-se a rugir,
Vem como um exército de pés ameaçadores
Que me rodeiam e tentam pisar.
Tapo a cabeça para não ver nem ouvir,
Não me mexo, respiro muito devagar,
Para que pensem que não estou ou morri.
Sou criança e conclui,
Depois de procurar em todos os
lugares,
Que a morte é sentir
uma eterna ausência.
A noite é sempre grande, com muitas horas de vigia.
Tenho medo da noite,
Sou criança insegura,
A vida roubou-me o colo
A vida roubou-me o colo
E agora não sei se este é o meu lugar,
Pois já não sei onde pertenço.
Gostava de poder pedir,
Por favor não me apaguem a luz…
Benvinda
Neves
Abril
2013
(Gostaria muito de poder chegar ao coração de todos os que defendem “abrigos temporários” como forma ideal de melhorar a vida de uma criança.
Um abrigo temporário para mim deveria ser sempre uma solução de último recurso. O mais importante para uma criança é a Segurança – saber que “aquele é e será o seu lugar”, logo a seguir vem o amor.
Tão fácil fazer uma criança feliz – lar e amor)
Gostaria muito de poder chegar ao coração de todos os que defendem “abrigos temporários” como forma ideal de melhorar a vida de uma criança.
ResponderEliminarUm abrigo temporário para mim deveria ser sempre uma solução de último recurso.
O mais importante para uma criança é a Segurança – saber que “aquele é e será o seu lugar”, logo a seguir vem o amor.
Tão fácil fazer uma criança feliz – lar e amor.