Sapatilhas Mágicas...
Hoje, descalcei as sapatilhas mágicas,
Que me fazem dançar,
E perdi o poder de me elevar com leveza flutuando habilmente,
Dançando no tempo ao ritmo do meu coração.
Tirei as sapatilhas, porque me senti
Bailarina de caixa de música,
Rodopiando loucamente em torno de mim,
Sem vida fora daquela pequena caixa,
E sem outra melodia que possa e saiba dançar
Hoje, sem a magia das sapatilhas,
Sentei-me na apatia
E tentei Ler o Silêncio.
Soletrei-o silaba a silaba, cantei-o, gritei-o sem voz,
Chorei-o, amaldiçoei-o
E não consegui decifra-lo.
Tenho a certeza que a natureza adormeceu,
Pois não oiço o vento, nem a chuva que cai,
Nem das folhas caídas se solta o eco dos passos.
Só este silêncio que soa dentro de mim,
Cresceu de tal forma grande,
Que quebrou o encanto das sapatilhas mágicas,
Que encurtam distancias,transformam rostos em sorrisos,
Abraços em paixão, palavras em canções,
E beijos em bebida inebriante que embebeda de loucura.
Hoje guardei as sapatilhas mágicas
Numa caixa coberta de rosas,
Para que lembre sempre a beleza das flores
Para que lembre sempre a beleza das flores
E de quem as ama.
Quero que o aroma se solte na próxima Primavera
Me devolva a vontade de as calçar
E dançar frenética e descompassadamente
Ao ritmo louco do meu coração.
Benvinda
Neves
15 Março 2013
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