Quero dias de sol...
Não sei
porque chora o tempo…
Mas hoje é
um diluvio num cair continuo, que tudo inunda,
Como se a terra precisasse de ficar ensopada
para anunciar a sua tristeza.
Cinzento e
muito escuro, este dia,
Como se a
alma não tivesse já as suas razões,
Ainda se lhe
junta o tempo numa amargura de cor.
Parece que
tudo o resto se silenciou, para se ouvir apenas
A água que escorre
das árvores, dos muros e telhados
Em rios de
pranto rua abaixo nesta musicalidade de fado triste,
Anunciando
ao mundo que a dor também pode ser cantada.
Quero dias
de sol,
Daqueles em
que se despe o corpo mas se aquece a alma,
Em que a
música não é um fado chorado,
Mas uma
desgarrada cheia de garra e paixão.
Benvinda Neves – Março 2013
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