Joel Buton, um sonhador…
Hoje o final do dia foi cheio de
surpresas. Fui fazer o meu passeio pelo paredão, estava um magnífico final de
tarde.
Basta que estejamos atentos e
descobrimos que há sempre gente interessante para conhecermos.
Em Cascais cruzei-me com um Homem
vindo de um dos países do Leste da Europa, tinha um saco enorme carregado de
costeletas que cortava às tiras e alimentava uma centena de gaivotas, que
voavam loucas a roubar-se umas às outras, com medo que não chegasse para todas.
Perto do Estoril encontrei um francês,
o Joel Buton, um sonhador.
Como admiro quem tem coragem de viver só de
sonhos – também gostava de ter metade dessa coragem.
O Joel, com quem conversei um
bocadinho, sente que pode contribuir para alertar o mundo para o problema das
minas antipessoais.
Quer dar continuidade ao sonho da
princesa Diana, que ele muito admirava pelas causas que defendia e sente que é
essa a sua obrigação, uma vez que é francês e ela morreu em França.
O Joel Buton, largou o emprego e a
casa e anda com uma carripana cheia de tralha, a pé pelo mundo fora, conversando
com quem passa por ele, para alertar as pessoas para o drama que continuam a
ser as minas antipessoais.
Mostrou-me documentos dos países por
onde já passou, pelo norte da Europa - pretende continuar a pé pelo mundo e
chamar sobretudo à atenção para o grave problema que ainda representam as minas
em Moçambique.
Aqui fica o meu apoio ao Joel e a
minha “grande admiração por quem tem a
coragem de acreditar em sonhos”.
Benvinda
Neves
28 Fevereiro
2013
Como te compreendo... aqui (Angola) ainda há e haverá por muitos anos esse drama. Quase diáriamente há mis vitimas inocentes a acrescentar á horrivel lista de mutilados e estropiados - e recordo-te que a "guerra" terminou há 10 anos - acreditas? e não precisas de ir longe da capital. Na estrada que liga o Caxito a N'Zeto (podes ver no google earth) a uns escassos setenta km ainda se podem ver as brigadas de desminagem. No ano passado foram retiradas e neutralizadas, salvo erro 400 mil dessas bestas, e muitos consideram a tarefa de desminagem impossivel de concluir, para não falar no sorvedouro de recursos financeiros e humanos. Mais uma prova da bestialidade e estupidez humana...
ResponderEliminarNão fazia ideia que ainda houvesse um numero tão grande de minas!!! Fico mesmo surpreendida com o número que dizes, além de que sempre ouvi noticias sobre o flagelo que representam em Moçambique, não sabia que era igualmente horrendo em Angola. Está sem dúvida alguma bem informado o Joel Buton, que me disse que ainda causam mais mortes e estropiados, que a guerra.
ResponderEliminarÉ sem dúvida uma prova evidente do quão grande consegue ser a maldade humana. Nenhum outro ser é tão destrutivo quanto nós.