sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Faz hoje quarenta anos que entrei ao serviço da Câmara Municipal de Oeiras...


1 de Outubro de 1981 - 1 de Outubro de 2021
Faz hoje quarenta anos que entrei ao serviço da 
Câmara Municipal de Oeiras.
Como costumamos dizer: tanto tempo, "é uma vida. "
O balanço?
Posso dizer que com altos e baixos, é positivo.
Quando prestei provas para inicio de carreira,
trouxe uma régua T, dois esquadros e um estojo de canetas Rotring,
pois na altura tínhamos que ter "mãozinhas" 
e paciência para deixar secar a tinta da china sobre o papel vegetal.
Apresentei o curriculum, que comprovava que tinha diploma do 
curso de "desenho de construção civil" 
e dois anos de experiencia no privado.
Fiquei orgulhosamente em primeiro lugar,
mesmo sendo das poucas concorrentes 
que não faziam já parte da casa.
Um ou dois anos depois, a Câmara adquiriu estiradores hidráulicos 
e uma máquina que segurava duas réguas em angulo reto
e que manobrávamos através de patilha, para ângulos diferentes,
sem termos que recorrer ao transferidor manual. 
Foi uma evolução enorme, que todos aplaudimos.
Creio que em 2008 veio o primeiro computador para a secção.
Muito relutantes, frequentamos formação
e tínhamos uma lista rotativa para usar o exemplar único.
Hoje penso que já não saberia desenhar à mão.
Nestes quarenta anos,
participei ativamente do grande desenvolvimento do Concelho.
Primeiro na requalificação das escolas
que passaram do ministério para a Câmara, 
depois  na adaptação e desenvolvimento da rede viária.
Centenas de projetos passam anualmente pelas minhas mãos.
A parte positiva do balanço que faço,
é que gosto e tenho brio profissional.
A parte negativa - é sentir que o meu trabalho 
não é devidamente valorizado.
Infelizmente acabaram com os concursos para promoção 
e os tais de SIADAP com as quotas "blindadas" 
dependem da vontade dos outros e não da minha aptidão.
Duas medalhas de bons serviços,
não me restituem o sentido de justiça.
Se a lei não mudar, continuará a ser injusta, penalizante 
e desmotivante trabalhar sem progressão na carreira
e com cada vez menos poder de compra.
Para mim que estou em fim de carreira,
será menos grave, que para os jovens que iniciam.
É urgente rever o sistema de avaliação, 
sob pena de terem pessoas desmotivadas,
por se sentirem desvalorizadas.
Apesar deste "desabafo," 
tenho bastante orgulho destes 40 anos ao serviço do Município,
do empenho que tive e terei até me retirar.

Benvinda Neves

 

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