Impossível passar pelos dias,
sem nos enchermos de interrogações,
sobre o porquê do caus instalado no país.
Como passamos de um país exemplar,
que mereceu os parabéns e a analise de toda a Europa,
para o país negro, com registo de mais mortos e de maiores contágios?
Na minha analise (que pode ser injusta), tenho como
explicação a conjugação de vários fatores.
"Cria fama e deita-te a dormir" - é um ditado popular,
mas que se aplica como topo da lista.
Toda a Europa estava ao rubro, com picos do surto,
quando tivemos o primeiro confinamento,
que a maioria das pessoas assustadas, cumpriu rigorosamente.
Depois veio o "desfile de vaidades,"
que como folhetim passava na TV.
Todos os dias tínhamos a direcção geral de saúde, a ministra,
os adjuntos de ministros e adjuntos de adjuntos:
"deve usar mascara" - "não, não serve para nada",
"deve confinar" - "mas não se for comício ou manifestação politica",
"não pode ir ao funeral do seu familiar - "mas se for figura publica,
não há limite de lotação",
"fecham-se todos os restaurantes do país" - "menos o da Assembleia da republica",
porque os senhores deputados não têm onde comer.
Mas as cantinas das escolas fecharam
e as crianças e jovens tinham que comer nas escadas
e nos cantos dos recreios escolares - como todos presenciamos.
E depois perguntam porque
"Há gente que não leva isto a Sério"?...
Será que não vêm que o exemplo vem de cima
e que os nossos políticos são os primeiros a não levar isto com seriedade.
Quando a gente exige aos outros, temos que ser os primeiros a cumprir.
Ultimamente ouvimos todos os dias:
"mais camas nos hospitais", "mais hospitais de campanha"
e todos nós nos perguntamos,
e "mais médicos, mais enfermeiros, mais auxiliares?"
Será que as camas por si curam os doentes?
Porque fizeram emigrar os que se formaram cá?
Tivemos eleições no passado domingo,
será por acaso que a "abstenção" é a grande vencedora?
Acho que os nossos políticos devem fazer
um exame de consciência
porque estamos seriamente necessitados
de gente que nos faça acreditar.
Não ilibo quem quer viver
"como se não se passasse nada"
Todos temos que ser responsáveis.
Mas sinto que não se acreditou
que eramos tão vulneráveis quanto os outros
e não se preveniu para evitar a catástrofe.
Todo o peso está agora sobre os ombros
dos profissionais de saúde,
que são os grandes Heróis destes tempos de loucura.
Se eles "quebrarem" - o país quebra também.
Precisamos de um milagre,
que os torne invencíveis e imortais,
ou precisamos de mais gente que os venha ajudar.
Benvinda
Neves
Completamente de acordo com o teu belíssimo texto. PARABÉNS.
ResponderEliminarObrigada Carlos - apenas um desabafo, porque nao passamos pelas circunstancias sem interrogacoes
EliminarNao digo que quem manda não esteja a fazer um grande esforço - mas não chega
Temos que ser coerentes para que os outros acreditem em nós
A lei tem que ser para todos - e não só para alguns
Bjs amigo, um bom dia