segunda-feira, 2 de novembro de 2020

No Guincho - uma Arara-Canindé ...

Vi-a por entre o denso nevoeiro,

solta, a esvoaçar em volta de uma família. 

Mesmo não conseguindo ver que ave era,

percebi pelos contornos da cauda 

que não podia ser uma gaivota.

Era uma Arara-Canindé ...

    muito invulgar estar a passear na praia do Guincho,

mas esta estava.

Admirável, mesmo muito bonita,

não admira que a sua beleza fosse motivo de celebração

para alguns povos indígenas.

Pedi autorização para a fotografar

e vi que a ave não confiou em mim,

bebia água de uma poça, mas sempre atenta

à minha aproximação. 

Assim que me afastei um pouco, 

voou para o ombro de uma das crianças da família.

Eram as porções de sementes que a faziam voltar.

O preço da liberdade...

faz-me pensar que sempre ouvi dizer

que todos temos um preço,

é uma questão de testar os nossos limites.





Benvinda Neves

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