Vi-a por entre o denso nevoeiro,
solta, a esvoaçar em volta de uma família.
Mesmo não conseguindo ver que ave era,
percebi pelos contornos da cauda
que não podia ser uma gaivota.
Era uma Arara-Canindé ...
muito invulgar estar a passear na praia do Guincho,
mas esta estava.
Admirável, mesmo muito bonita,
não admira que a sua beleza fosse motivo de celebração
para alguns povos indígenas.
Pedi autorização para a fotografar
e vi que a ave não confiou em mim,
bebia água de uma poça, mas sempre atenta
à minha aproximação.
Assim que me afastei um pouco,
voou para o ombro de uma das crianças da família.
Eram as porções de sementes que a faziam voltar.
O preço da liberdade...
faz-me pensar que sempre ouvi dizer
que todos temos um preço,
é uma questão de testar os nossos limites.
Benvinda Neves
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