Coração cigano…
Louco e estonteado coração que não cabes cá dentro
E te soltas de mim
E te soltas de mim
Correndo pelo mundo, desenfreado e sem destino.
Como um artista
saltimbanco,
Sem eira nem beira,
Sem eira nem beira,
Percorres caminhos
E de terra em terra,
E de terra em terra,
Estendes o pano como um palco
E atrás dele improvisas mesmo sem público.
E atrás dele improvisas mesmo sem público.
Enche-te de amor e esperança a hora do espectáculo,
Que será sempre uma surpresa.
Que será sempre uma surpresa.
Então quando rodeado de palmas,
Gargalhadas e assobios,
Sentes-te ainda mais feliz
Gargalhadas e assobios,
Sentes-te ainda mais feliz
E o mundo resume-se a cada actuação no presente.
Pouco importa se haverá uma próxima.
É a alegria que reina,
A ilusão faz todos esquecerem a vida,
Num anestésico prazer
A ilusão faz todos esquecerem a vida,
Num anestésico prazer
E o riso é a histeria colectiva
Com que se mascaram as incertezas
E se esquecem passados.
Com que se mascaram as incertezas
E se esquecem passados.
Embebeda-te a paixão,
Que te faz renascer,
Com uma força surpreendentemente nova,
Que te faz renascer,
Com uma força surpreendentemente nova,
Que transforma em único
E sempre desejável cada dia.
E sempre desejável cada dia.
Porque cada dia trás novos sonhos,
Mas sobretudo a certeza de nunca ser repetido.
Mas sobretudo a certeza de nunca ser repetido.
Admiraste como ninguém
Todas as terras que percorreste,
Todas as terras que percorreste,
E cada uma à chegada,
Só pela beleza.
Pensaste que poderias ficar,
Só pela beleza.
Pensaste que poderias ficar,
Mas a certeza do mundo ser infinito
E de tanto o querer percorrer,
Fez-te nómada,
Como cigano solitário,
E de tanto o querer percorrer,
Fez-te nómada,
Como cigano solitário,
A quem basta partir para se
encher de esperança.
O mundo é um lugar maravilhoso
E igualmente estranho,
E igualmente estranho,
Onde a única certeza é nascer, viver e morrer.
Viver é querer incansavelmente conhece-lo,
Amá-lo e Percorre-lo até morrer...
Amá-lo e Percorre-lo até morrer...
Sempre em busca
da felicidade.
27 Dezembro 2012
Benvinda Neves
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