quinta-feira, 19 de março de 2020

Estacionamento da Estação Agronómica...


Cumprindo o horário laboral, igual ao costume,
para mantermos em funcionamento os serviços,
mas acatando as recomendações,
pois quem sai de casa tem que ter noção
que corre risco para si e para os seus.

Estamos em estado de emergência
e este é um esforço colectivo,
tanto para quem se sente prisioneiro em casa,
como para quem assegura serviços mínimos.

Na deslocação casa trabalho e vice-versa,
ficamos com a nítida certeza 
que este mundo vazio 
é sinonimo de que de repente tudo mudou.
Algo terrível ameaça a espécie humana
e o nosso instinto primário
é protegermo-nos para sobreviver.

Hoje senti que a minha perna 
afectada pela lesão medular,
está inchada e me dificulta o andar,
porque esta semana
 não tenho exercitado os músculos,
com as caminhadas
 a que me obrigo habitualmente.

Resolvi que o lugar onde deixo o carro no
Estacionamento 
da Estação Agronómica...
agora quase vazio, 
porque a maioria dos colegas estão em tele-trabalho,
é óptimo para caminhar, antes de entrar no carro.

Três ou quatro voltas e dei comigo a pensar
que nunca me tinha apercebido de tanto chilrear.
Menos carros,  menos gente 
e ficamos mais atentos aos sons da natureza.
As árvores estão cheias de melros
que cantam sem parar e se exibem,
de certo para acasalar.
Os cavalos pastam livremente
e o campo enche-se de rebentos floridos.
A Primavera a trazer-nos 
esperança e dias melhores.

Gosto muito do centro histórico de Oeiras,
acho-o lindíssimo.














Benvinda Neves


Sem comentários:

Enviar um comentário