Hoje de manhã, no comboio, uma criança com cerca de 5 anos,
encostava a cabecita na mãe, que estava obcecada com o telemóvel.
O menino abraçou o braço, que ela sacudiu, com um olhar fulminante.
Uns minutos depois ele ajoelhou-se no banco,
abraçou-a, beijou-a encostou o rosto ao dela
e fez-lhe festas, enquanto ela o sacudiu
e o voltou a colocar no lugar com olhos ameaçadores.
Continuou absorta a teclar, enquanto a criança resignada
se voltou a sentar, com a cabecita encostada a ela.
Umas paragens à frente, vi-a guardar o telefone
e tive esperança que pelo menos afagasse a cabecita do menino.
Mas não... ajeitou a blusa e saiu empertigada, em direção à porta,
sem se preocupar se a criança a seguia ou não
e sem o ajudar a sair, sabendo todos nós
o intervalo grande que existe entre as plataformas e as carruagens.
A "Indiferença"...
é um dos comportamentos que mais me perturba.
Mas há indiferença e indiferença, ou seja relativizamos
e até achamos admissível em algumas situações,
mas noutras é chocante e causa revolta.
Quem resiste ao Amor de uma criança?
Nem uma palavra ou um queixume saiu da boca do menino,
apenas a sua suplica silenciosa, por um pouco de carinho.
Só um coração empedernido reage com toda esta indiferença.
Há gente que não compreendo
porque têm filhos.
Mundo triste onde a indiferença e a negligencia
são o dia a dia de tantas crianças.
Benvinda Neves
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