Continuamos na pacatez dos nossos dias...
Ainda em tele trabalho, os dias são mais calmos,
sem a agitação de ter que me deslocar de concelho,
ficando às vezes tanto tempo na estrada.
Poupo tempo, o dinheiro das viagens
e concluo que o trabalho até rende mais
e o stresse é bem menor.
Não tenho duvida - que este será o futuro
e que é uma forma muito mais equilibrada
de equacionar vida privada / trabalho.
Mas enquanto as mentalidades não mudam,
teremos que cumprir orientações superiores
e dia 1 de Junho lá estarei presencialmente.
Acredito que faço parte de uma geração
que viveu grandes mudanças
e que facilmente se adaptou.
Presenciamos e vivemos
a passagem do
"manual ao tecnológico".
Quando comecei a trabalhar, usávamos canetas Rotring,
papel vegetal, régua, esquadros e laminas de barbear para apagar.
Revelávamos os desenhos, dentro de uma caixa de madeira,
sobre uma rede, que os separava
de uma tina com amoníaco.
Quando surgiram os primeiros estiradores hidráulicos,
com máquina de suporte de réguas,
que nos permitia colocar os ângulos certos,
sem ter que os marcar com transferidor,
foi uma invenção incrível.
Nem todos os gabinetes as tinham
e quando iniciei na Câmara, foi com régua T
e estirador de madeira.
Os tempos mudaram
e hoje já não sabemos viver nem trabalhar
sem o computador e a maravilhosa inter-net.
Em breve os programas e métodos que usamos
farão também parte do passado - e isso não nos surpreenderá.
A inteligência artificial tomará conta de tudo
e nós - ou acompanhamos, ou ficamos para trás.
Não tenhamos duvida que assistimos
a mais um grande momento de mudança.
Com ou sem a nossa vontade,
o mundo não voltará a ser o mesmo.
Enquanto a vida não fica mais agitada,
os dias começam com uma caminhada
entre as 7h e as 8h da manhã.
Por muito que a gente dependa das máquinas,
a nossa alma só revitaliza com a natureza.
Trilho da Ribeira das Vinhas.
Benvinda
Neves
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