É uma obra de engenharia impressionante
e mesmo sabendo antecipadamente que é grande,
não deixamos de nos surpreender na sua presença.
458 metros de comprimento
e 96 de altura acima das fundações, fazem da
"Barragem do Alqueva"...
a maior do país.
Projectada durante tantos anos,
que já ninguém acreditava na sua construção,
veio trazer (como previsto) esperança aos residentes,
que além de beneficiarem da potencia eléctrica,
teriam assim água para o regadio das suas terras.
Toda esta região do Alentejo
se transformou completamente
e ao redor da barragem e do grande lago,
nasceram infra-estruturas que trazem desenvolvimento.
Onde antes havia planícies secas,
nasceu uma praia, a paisagem alterou,
pois a represa do rio Guadiana formou inúmeras
ilhas verdes e línguas de terra,
que nos prendem o olhar.
Desenvolve-se o turismo,
criando alojamento local, restaurantes, pontos de venda,
artesanato, desportos náuticos, caminhadas, etc.
trazendo a esta região tão bonita e pobre,
muitos novos postos de trabalho.
Mas não "há bela sem senão"...
e este Inverno à semelhança do ano passado,
a chuva tem sido uma raridade
e as nossa barragens estão cada vez mais vazias.
A tão prometida água para o regadio
não vai existir, a não ser que aconteça um milagre.
Ouvi há pouco no noticiário
que todos os cultivos estão a secar
e os criadores de gado pedem regime de excepção
para poderem abater os animais que não conseguem alimentar.
É uma tristeza tão grande.
Pergunto-me por quanto mais tempo
poderemos sonhar com o Alqueva...
Benvinda Neves
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