Hoje no fim do trabalho
fui encontrar-me com uma amiga de infância
que está por cá, mas vive no Norte do País
e que revi há cerca de três anos,
após uma longa ausência de uns trinta anos.
Engraçado mantermos sentimentos fortes
com algumas pessoas,
para muito além do tempo
e dos caminhos tão diferentes que escolhemos.
Continua a pessoa simples e doce que lembro
e que tenho vontade de abraçar,
por sentir que dentro de nós a amizade não morreu.
Mas os seu olhos são tristes,
o sorriso desapareceu
e as palavras são poucas, penosas
e resignadas à sorte.
Fiquei tão feliz por a abraçar
e tão triste por a sentir
"morrer antes do seu tempo"...
Como podemos ter um céu vermelho,
como o de hoje
e não vibrar como os pássaros
na loucura da nossa liberdade?
Porque se "aprisionam" algumas pessoas,
numa falsa interpretação do Amor?
O Amor faz-nos brilhar os olhos,
dobra-nos o sorriso
e quando nos rouba as palavras,
é por não o sabermos descrever.
Que não se confunda a palavra Amor...
Benvinda
Neves
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