Os dias não se repetem...
mas tão condicionados estamos, que parecem iguais.
Benvinda Neves
Partilha "sentimentos" através de escrita e imagem...
Sentada no comboio,
do lado esquerdo, vejo entrar o cego de bengala,
tateando até se acomodar.
Do lado direito pela janela,
o vermelhão, o anilado e o amarelado,
com que a força do dia rompe a noite.
Não posso deixar de refletir
"Quem seria eu se não visse as madrugadas?"...
Como poderia viver, se meus olhos não me trouxessem
todo o brilho e esplendor do mundo
e tivesse que aprender a viver na escuridão?
Será que encontraria "luz" dentro de mim?
Voltei a olhar uma e outra vez, despudoradamente,
aquele homem, sentado direito,
com uma postura que aparentava confiança.
Tive a certeza que o seu espirito é muito mais forte que o meu
e o seu mundo interior mais rico,
para encontrar dentro de si,
tudo o que procuro fora de mim.
Nunca saberemos agradecer o suficiente o que temos como garantido,
ou lembrarmos que são bênçãos
que outros tanto desejariam.
Benvinda Neves
Hoje a voltinha "higiénica" foi "circular",
aqui à volta de casa.
Só os "malucos" como nós e os velhos (que também começamos a ser),
se levantam tão cedo a um fim de semana, para caminhar.
Gostava tanto de ser como a maioria
e aproveitar a "desforra" de encher a barriga de sono
ao fim de semana - mas não consigo.
Só ao sol se estava bem, o frio da noite
ainda não tinha dissipado e havia geada
nos campos e sobre os tejadilhos e vidros dos carros.
A vantagem de ser madrugador
é que nos cruzamos com pouquíssima gente.
Continua muito feio - em muito mau estado,
o terreno ardido aqui atrás de casa.
Depois do fogo, rapidamente vieram máquinas,
arrancaram as árvores queimadas
e fizeram "meio caminho" pedonal,
que acaba num trilho enlameado.
A chuva de Inverno fez despontar o verde e as azedas,
que disfarçam um bocadinho a desoladora encosta de lama.
Foram plantadas algumas oliveiras e arbustos,
que espero rebentem e voltem a deixar verde
"a encosta das Varandas de Cascais"...
até lá - não dá prazer olhar, menos ainda percorrer.
(o gelo da manhã)
Benvinda Neves
Digo a mim mesma muitas vezes
que o que não posso mudar,
"aceito e adapto-me"...
Isso vale para tudo o que gostaria fosse diferente,
mas que não tenho "poderes mágicos"
para fazer com que a mudança dependa da minha vontade.
Tempo de pandemia - de prevenção e confinamento.
Temos que cumprir e por isso cingimo-nos
a um curto passeio higiénico (como diz o nosso 1º ministro),
junto a casa, cumprindo regras de segurança,
como o afastamento social e a máscara permanente
(coisa que muitos continuam sem cumprir).
O dia esteve maravilhoso - azul e com temperaturas
mais altas (15ºc - muito bom) e a ribeirinha
ainda tem um fiozinho de água,
que transforma em festa a vida de muitas aves.
Maravilhoso o chilrear em todo o vale:
"Trilho da Ribeira das Vinhas"...
Benvinda Neves
Primeiro dia de mais um período de confinamento,
para controlo da pandemia, que continua a subir,
tanto em contágios, como em vitimas mortais.
Asseguramos serviços mínimos,
para que o país não pare.
Estamos todos conscientes da gravidade,
tanto em relação à saúde como à economia.
O mundo está "muito ferido"
e vivem-se dias de medo e solidão,
com consequências enormes na saúde mental.
Ruas vazias, salas vazias, afastamento, isolamento,
cobertura do rosto - medidas necessárias,
mas que transformaram os nossos dias em clausura
e nos deixam a todos com os "nervos à flor da pele".
É preciso mantermos a capacidade de
juntar "prazer e dever" - a caminho do trabalho:
Imagens bonitas de Oeiras...
Benvinda Neves
Tons de fim de dia...
Dias tão bonitos - que se não fosse o frio,
não nos lembraríamos que é Inverno.
Benvinda Neves
Paixão é paixão...
É fascinante quando nos deixamos levar
pela paixão - não existe mais nada em redor.
O nosso mundo - é o nosso foco,
e não tem a ver com o tamanho da lente,
mas com o nosso sentir.
(Não conheço o senhor das imagens,
apenas me identifiquei)
Benvinda Neves