segunda-feira, 26 de junho de 2017

Ninho de Peneireiro...


Tenho andado fascinada com o
ninho de Peneireiro...
na floreira do andar ao lado do meu.

Inicialmente pensei que eram três bebés,
mas depois que começaram a movimentar-se,
apercebi-me que são quatro.

Pai e mãe colaboram na alimentação dos filhotes.
São incansáveis a trazer sapos, lagartixas e pequenos pássaros.
Desmembram-nos no prédio em frente
e só depois de se certificarem 
que ninguém está por perto é que vêm até ao ninho.

Têm que lutar por vezes com um outro macho maior
que apareceu e tenta roubar a comida.
Mas ela fica brava e faz o corpo em forma de concha,
e tem conseguido trazer ela a refeição.

É uma mãe incrivelmente protectora.
Quando se apercebe que estou na varanda ou na janela 
a espreitar o ninho, não sai da zona 
e vai fazendo voos entre um prédio e outro,
como faz para afugentar os pombos.

Cerca de duas horas antes do sol se pôr,
chega e fica de vigia.
Quando escurece - vem para o murete da floreira
e as crias aninham-se por baixo dela 
e assim ficam toda a noite.

Esta semana os pequenotes, por entre bicadas e sacudidelas,
libertaram-se da penugem e têm agora penas iguais aos adultos.
Tenho a certeza que nesta fase tinham imensa comichão,
pois coçavam-se como se tivessem pulgas.

Já esticam as asas e ameaçam pequenos voos 
de um lado para o outro da floreira.
Duas são um bocadinho mais desenvolvidas.
Mais um dia ou dois e teremos mais
quatro pequenos falcões a sobrevoar o bairro.

Uma vida nova é sempre como um milagre.

Maravilhoso ter podido acompanhar
(mesmo que escondida)...










Benvinda Neves

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