quinta-feira, 29 de agosto de 2013
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
terça-feira, 27 de agosto de 2013
A preparar o “adeus” a uma grande amiga…
A preparar o “adeus” de uma grande
amiga…
Desgastamo-nos constantemente com
assuntos pequenos, mesquinhices que fazem parte do nosso dia-a-dia, a que damos
desnecessária importância.Arreliamo-nos vezes sem conta por coisas pequeninas,
que não significam mesmo nada.
Na hora em que o nosso fim está
próximo, os nossos olhos são doces e cheios de compaixão. Transmitem por nós a
força com que queremos agarrar-nos à vida.
A nossa boca tem poucas palavras, mas
escolhemos aquelas que queremos eternizar na mente dos que amamos.
As nossas mãos estendem-se para uma
mão amiga, que lhe dê algum do conforto que não obtemos da medicina e nos faça
sentir que não estamos sós nas horas mais terríveis da nossa vida.
Seguro uma mão esquelética, que se
agarra à minha, com a força que já não tem o restante corpo que se contrai constantemente
entre espasmos de dor.
Afago os seus dedos e pouso beijos
suaves na sua testa, enquanto a sua boca tenta sorrir e os seus olhos se enchem
de lágrimas e me olham com súplica e ternura.
É a minha grande amiga Teresinha que
se despede dos últimos dias que a vida lhe reserva e não tem sido nada fácil o
tempo presente.
Guardarei sempre o sorriso que
interrompeu as dores e as lágrimas, para me dizer: “agradeço a Deus que não me
levou sem me despedir de ti. Tive tanto medo de morrer enquanto estavas de
férias. Estou feliz porque pude voltar a ver-te e porque podemos despedir-nos”.
Há palavras que nos cortam o coração,
pela verdade que encerram, pelo amor com que nascem e pelo adeus definitivo que
representam.
Têm sido dias de muita dor e
incerteza constante.
Bem sei que a morte é uma certeza nas nossas
vidas e que a doença deveria ser uma forma de nos sentirmos preparados para
ela.
Mas nunca estaremos preparados para esse
momento, nem para todo o sofrimento que acompanha um doente de cancro em fase
terminal.
Ninguém deveria ter que sofrer tanto para morrer.
Tenho o coração constrangido perante tanta dor e agonia.
Tenho o coração constrangido perante tanta dor e agonia.
Infelizmente já presenciei estes
momentos antes e é um sentimento de enorme impotência, uma angústia apertada e
uma grande revolta que toma conta de nós, pois sabemos que a única coisa que
podemos dar a um amigo que se despede, é a certeza de que o amaremos até ao
fim e que não o deixaremos só no seu último percurso.
Todos os dias guardo uns momentos
para estar de mãos dadas com a minha querida, com beijos de ternura e palavras
de conforto, pois quero que parta com a certeza que a amarei enquanto tiver
memória.
Um dia, que adivinho breve, as nossas
mãos vão separar-se.
Ficará para sempre a nossa grande amizade.
Benvinda Neves
Agosto 2013
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Espera…
Espera…
Triste este crepúsculo,
onde não é noite,
mas também já não é dia.
mas também já não é dia.
A serra escurece
e o verde que a cobre
surge num negro de sombras disformes,
surge num negro de sombras disformes,
transformado em pensamentos confusos.
Até o vento se esqueceu
que esta é uma noite de Verão,
que esta é uma noite de Verão,
e sopra com violência,
como se quisesse chegar a todos os recantos
e pudesse até esvaziar a alma.
Não sei porque espero
que o silêncio da noite me traga tranquilidade,
que o silêncio da noite me traga tranquilidade,
quando é o compasso do meu coração
que me sobressalta a mente.
Sei que a maioria das vezes
não verei a luz das estrelas
não verei a luz das estrelas
que hão-de surgir,
como todas as noites, a piscar lá longe.
como todas as noites, a piscar lá longe.
Mas espero-as...
talvez porque o seu pulsar me trás esperança.
Benvinda Neves
Agosto 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Sol a Fingir que é Lua
Sol a Fingir que é Lua
Hoje o dia esteve "embaciado" por partículas que se deslocaram do Norte de África.
O Sol quando desceu no horizonte parecia uma Lua brilhante
21 de Agosto 2013
Benvinda
Neves
terça-feira, 20 de agosto de 2013
Dois amigos muito especiais…
(foto de 16 de Agosto 2013 - Lagos)
Dois amigos muito especiais…
Doí-me o corpo todo, estou agoniada, tenho o
estômago enrolado, um aperto no peito e uma dor de cabeça horrível – resultado do
meu sistema nervoso e do medo de perder um grande amigo.
A vida de vez em quando prega-nos partidas e põe-nos
à prova, medindo as nossas forças e obrigando-nos também à tomada de
consciência do que realmente é importante e do que marca a escala daquilo que
são os valores pelos quais nos regemos.
Costumo viajar e partilhar férias com aqueles
que são dois dos meus amigos mais chegados, o casal Isabel e Lito.
Estávamos ligados por laços de camaradagem,
por partilharmos bons momentos de lazer, sobretudo porque temos em comum o
prazer de viajar. Depois da descoberta de que temos gostos bastante semelhantes
nas escolhas dos locais a visitar, começámos a fazê-lo em conjunto, podendo variar
o grupo juntando outros amigos, sendo que nós somos os assíduos.
Como
diz com muito humor o amigo Lito, por vezes “cometemos erros de Casting”, pelo
que somos quase sempre os mesmos cinco aventureiros.
Os nossos laços de camaradagem mudaram em
2005, na nossa viagem ao Egipto, quando em pleno deserto, sofremos o atribulado
acidente provocado voluntariamente por um extremista-radical que lançou um
autocarro desgovernado para cima do nosso.
A minha vida transformou-se muito, foram praticamente
dois anos de cama, seguidos de muitos anos de aprendizagem, adaptação, muita insistência
e vontade, para viver a nova realidade e aceitar todos os condicionantes que
fazem parte do meu dia-a-dia.
É um orgulho às vezes ver e ouvir pessoas incrédulas
que desmentem a minha incapacidade física acima dos sessenta por cento –
significa que o meu empenho e esforço me têm conduzido onde pretendo.
Mas nenhum de nós é tão forte que consiga
lutar contra todas as marés sozinho.
Tenho uma divida gigante de gratidão para com
todos os meus amigos mais chegados, que me ergueram nas horas em que me deixei
cair e que me abraçaram e beijaram todas as vezes que precisei (ou que precise)
de chorar.
São esses mesmos amigos que têm festejado comigo as vitórias.
São esses mesmos amigos que têm festejado comigo as vitórias.
Desse grupo restrito fazem parte a Isabel e o
Lito, sendo que os nossos laços de amizade, ao longo dos anos se transformaram
em Nós, que nos unem fortemente e nos fazem estar no coração uns dos outros,
com um amor fraternal que jamais nos separará.
Há dois dias que o Lito foi internado, porque
sofreu dois AVC- contínua em exames e observações.
Não há palavras para descrevermos a impotência que sentimos quando sabemos que podemos perder alguém que amamos muito e temos consciência que tudo o que podemos fazer é pedir ajuda e esperar. É uma luta enorme contra o tempo que sabemos ser crucial no início de qualquer incidente que nos ocorra e um controlo muito grande para não disparatarmos nos nossos miseráveis serviços de saúde.
Não há palavras para descrevermos a impotência que sentimos quando sabemos que podemos perder alguém que amamos muito e temos consciência que tudo o que podemos fazer é pedir ajuda e esperar. É uma luta enorme contra o tempo que sabemos ser crucial no início de qualquer incidente que nos ocorra e um controlo muito grande para não disparatarmos nos nossos miseráveis serviços de saúde.
Infelizmente assiste-se a um retrocesso enorme
nos serviços prestados aos utentes nos nossos hospitais públicos – e não estou
com esta minha critica a culpabilizar os médicos ou os enfermeiros, pois
reconheço que a culpa não é deles. Uma só médica para cerca de cinquenta
doentes, num serviço de SO de urgência – devo dizer que é uma super-mulher.
Mas devo acrescentar ainda que somos
governados por imbecis que não se dignam a visitar os serviços, para terem pelo
menos noção de como funcionam - antes de porem em marcha leis que ceifam vidas.
Passámos grande parte da noite de domingo e
ontem o dia inteiro no Hospital do Barlavento Algarvio e vimos a loucura que é
aquele lugar – onde contámos uma média de chegada de 15 ambulâncias por hora. Ontem
estava em cerca de 9h o tempo de espera dos utentes que saiam da triagem com
pulseira amarela, que significa casos urgentes. Havia pessoas com fracturas
expostas a esperar as mesmas 9h.
Assistimos a episódios degradantes que só podem ser descritos em países do terceiro mundo.
É esta a nossa triste realidade.
Assistimos a episódios degradantes que só podem ser descritos em países do terceiro mundo.
É esta a nossa triste realidade.
Trouxemos o nosso querido amigo para um
hospital particular em Lisboa, decisão acertada da Isabel, pois eu achei que deveríamos
esperar pelo menos as 24h recomendadas, sobretudo porque ontem tínhamos temperaturas
de 40 º – mas perante a loucura do lugar, foi sem dúvida a melhor decisão.
Na ambulância sentada ao lado dele, embora
saiba que o incomodei um bocadinho, pois estava imenso calor, não consegui largar-lhe
o braço todo o caminho, pois tinha que ter a certeza que sentiria nem que fosse
o mais pequeno tremor.
Não
pude evitar uma lágrima e a lembrança da frase que me disse um dia quando no hospital,
segurou o meu braço negro todo espicaçado:
“Quer queiras quer não, a partir deste momento
as nossas vidas estão ligadas para sempre”.
Acredito com todo o meu coração que ele vai
ficar bom. Foi só mais uma partida da vida para nos aproximar ainda mais e nos
obrigar a tomar consciência que a amizade é o que nos segura de pé.
Com muito amor aos dois, hoje aqui relembro
que os amigos são a família por nós escolhida.
Benvinda Neves
20 Agosto 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Queria ser tão livre quanto os meus pensamentos…
Queria ser tão livre
Quanto os meus pensamentos…
Quanto os meus pensamentos…
Já partiram quase todos os pássaros,
Deixei de os
ver dançar
em bandos desnorteados, frente ao sol-poente.
em bandos desnorteados, frente ao sol-poente.
O céu continua
magnifico,
Mas agora são
poucos os que o vêm cantar.
Pergunto-me
porque não posso partir como todos os pássaros,
porque não posso partir como todos os pássaros,
E voar
estonteada à procura de outras Primaveras?
Queria ser tão
livre
quanto os meus pensamentos,
quanto os meus pensamentos,
Cortar as
raízes
e poder correr como as nuvens em direcção a mais além.
e poder correr como as nuvens em direcção a mais além.
Para que
queremos palavras,
Quando o silêncio
contém todas as respostas.
Não será a Vida
razão suficiente para querer morar em todos os lugares?
razão suficiente para querer morar em todos os lugares?
As papoilas nascem nas mãos da terra
E não se
importam
se ela está pintada de verde, castanha ou amarela,
se ela está pintada de verde, castanha ou amarela,
aparecem onde
lhes apetece.
Seus corpos esguios, simples e frágeis
Enchem a
paisagem de beleza e cor.
Mas não se
colhe a bela e singela papoila,
Pois pode nascer
no campo na praia ou junto à rocha,
no campo na praia ou junto à rocha,
Mas só pertence
ao lugar onde nasceu.
Talvez eu
quisesse ter nascido papoila...
Dançar de vermelho ao sabor do vento
Dançar de vermelho ao sabor do vento
E olhar o mundo
com olhos negros e meigos
De profunda paixão.
Talvez seja essa a razão
de não partir com os pássaros...
Talvez seja essa a razão
de não partir com os pássaros...
Benvinda Neves
Agosto 2013
Um belo final de dia com uma dança magnifica frente ao sol poente.
Um belo final de dia,
com uma dança magnifica frente ao sol-poente.
(já restam poucas andorinhas - outro dia até pensei que eram menos,
mas hoje com o dia mais quentinho apareceram todas para bailar...)
mas hoje com o dia mais quentinho apareceram todas para bailar...)
Benvinda
Neves
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Sensibilidade,Tempo, e Vontade...
Sensibilidade, Tempo e Vontade...
Posso chegar no vento, numa nuvem, no
sol, na poeira,
Posso chegar de mil formas, vestida ou despida,
Pois sou natureza e nela me entranho,
Nela vivo e me desloco pelo mundo,
Morro e renasço com beleza, em qualquer lugar.
Não sei onde estou, porque todos os dias me perco,
Nem onde vou, pois meu coração é quem mo dirá,
Mas o meu pensamento traz-te,
Com a mesma sinceridade com que me trás os cheiros,
Com a mesma sinceridade com que me trás os cheiros,
Os gostos e os sabores.
Sei que nunca me verás chegar…
Da mesma forma que nunca me viste partir,
Porque não há saudações entre nós.
Nunca saberás meu nome, nunca me saberás descrever,
Porque não sabes a que cheira o vento, qual a cor do mar,
O gosto de cada gota de chuva ou o sabor da erva dos
prados.
Para reparar na Natureza precisamos de
Sensibilidade,Tempo e Vontade.
Quando somos Sensíveis,
Cresce-nos o tempo e nasce-nos a vontade.
Não precisamos de nos esforçar,
Pois o amor à natureza é natural,
Pela sua beleza e envolvência.
Posso chegar no vento, numa nuvem, no sol, na poeira,
Posso chegar de mil formas vestida ou despida,
Que nunca me verás chegar…
Porque há quem nunca repare na natureza,
Por isso nunca saberá aprecia-la,
Nunca aprenderá a amá-la.
Benvinda Neves
Agosto 2013
terça-feira, 6 de agosto de 2013
Como nascem as Estrelas…
Como nascem as Estrelas…
Esta noite vou baptizar estrelas e
encher-me de sorrisos.
Uma estrela por cada momento lindo
Que
ao lembrar me enche de ternura.
Uma estrela “abracinho”, por todos os
abraços gostosos,
Que me fizeram sentir grande e única nos
braços de alguém.
Uma estrela “beijinho”, por todos os
beijos que me ruboresceram
E acenderam vida, deixando a galope o
meu coração.
Uma estrela “festinha” pelo prazer que a
pele sente
Quando tocada por mãos que nos arrepiam
de emoção.
Uma estrela “paixão” por todas as vezes
que o meu corpo se entregou
E foi aceite com desejo
E o céu se incendiou fazendo nascer
todas estas estrelas.
Um brinda à noite
E à fantástica magia que trás o amor.
Benvinda Neves
Agosto 2013
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
As nossas nuvens…
As nossas nuvens…
Às vezes tenho asas… grandes e brilhantes,
Obtidas dos meus
sonhos
E são elas que me permitem voar
Acima de todos os lugares onde
não quero estar.
Com as minhas poderosas asas encontro as mais altas montanhas,
Onde fico tão perto do céu, que consigo tocar as nuvens
E moldar-lhe os rostos, com bocas carnudas e sorridentes,
Que beijam e lambuzam o azul do céu, colorindo o mundo.
Toco as estrelas e acendo uma por cada desejo de felicidade,
Pinto sóis luminosos e quentes
Para que as roupas não sejam precisas,
E todos os corpos se sintam iguais e livres.
Espalho faixas de luz para que todos vejam os caminhos
E os percorram sentindo que os nossos pés tocam a terra,
Mas o nosso coração estará sempre ligado ao céu,
Na busca incansável de Sonhos sempre Novos e Grandes.
São estas asas que me renovam a esperança
E me puxam na direcção do sol,
Quando os ventos me empurram
E me levam para céus que me entristecem.
São asas mágicas que visto nos meus sonhos,
Que me fazem tantas vezes planar acima do mundo…
Contemplar com prazer e tempo tudo o que amo
E me deixam um sorriso grande com a renovada vontade
De continuar a procurar ser feliz.
Para cada um de nós haverá sempre um par de asas,
Que nos transformam em seres sonhadores,
Capazes de acreditar
que o mundo pode ser olhado com magia
E que as nossas nuvens,
Terão a Cor e as Formas
que lhes Quisermos Dar.
Benvinda Neves
Agosto 2013
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