quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Intenso...
Intenso…
Hoje, como quase sempre, contagiei-me pelo tempo,
só por isso, tenho a nostalgia que vem dos dias
cinzentos.
Teimosa, esta lágrima interior, que me escorre da
saudade,
num lento pingar que me salpica a alma sem que eu
queira.
Incoerente pensar que às vezes pareço um charco,
quando na realidade sou um mar de marés vivas.
É no ondular constante que encontro equilíbrio.
A maré, leva o velho e o novo trás,
dando-me a felicidade de pulsar em cada onda.
Mas quando a lua me estagna as águas,
fico melancólica, parada sobre a areia,
sonhadora, fatalmente perdida no ontem.
Assim vem até mim… Intenso,
o olhar, o sorriso, o cheiro o beijar.
Intenso, é o adjectivo com que te descrevo.
Sonhos…
são a magia com que pintamos de cores tudo o que é
negro,
com o poder de fazer crescer vida no que já morreu,
pois só assim fazemos grande o que talvez nem tenha
sido.
Como um arco-íris, num laço gigante que une terra e mar,
assim teu abraçar, terno e forte.
Intenso e breve como todos os sonhos.
Que bom ser feita de marés…
Benvinda Neves
Fevereiro 2013
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Presente...
Presente...
Presente...
Estou sentada a olhar
o nada.
Olho sem ver,
porque o meu corpo está,
porque o meu corpo está,
Mas a alma
ausentou-se
E vagueou para dias
que se volatilizaram no tempo.
que se volatilizaram no tempo.
Pobre incompreendido
“Presente, que nunca me satisfaz”
“Presente, que nunca me satisfaz”
E o “Ontem, que não me
satisfez",
hoje traz-me saudade.
hoje traz-me saudade.
Benvinda Neves
Fevereiro 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Cheira a maresia…
Cheira a Maresia...
Cheira a maresia…
Vêm até mim
chapinhares na água,
Correrias, coros de
gargalhadas,
Gritos de alegria
repletos da liberdade
Que só da alma de uma
criança consegue emanar.
Cheira a areia
molhada, coberta de pegadas,
A mar de algas verdes,
amarelas, castanhas, vermelhas,
Que se transformavam
em cabeleiras, colares ou pulseiras,
Fantasiando sonhos de
príncipes e princesas sorridentes.
Cheira a pedrinhas,
conchas e búzios de mil formas e cores,
Recolhidas como
tesouros, em chapéus de pano.
Cheira a espuma
branca
Trazida pelo vento na
borda de uma onda,
Bigodes e barbas de
velhos em rostos afogueados,
Que se desfaziam
entre gargalhadas de prazer.
Cheira a maresia…
Cheira ao encanto dos
Verões da minha infância.
Benvinda Neves
21 Fevereiro 2013
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Beijos...
Beijos...
Quando Não se chega ao coração...
OS beijos são apenas o inicio do caminho,
de quem corre para o vazio.
Os corpos sons de uma orquestra desafinada,
que se cala antes do ensaio final.
O momento - recorda-se com a insatisfação
do artista
que conseguiu criar arte,
mas não encontra alma na sua obra.
Se tivesse tocado teu coração,
teria sido como um rio de fogo
que te Incendiaria de desejo.
que te Incendiaria de desejo.
Teu corpo arderia Incontrolável,
até que se consumisse a vontade,
até que se consumisse a vontade,
e renasceríamos
como se aquele tivesse sido o dia da nossa origem.
como se aquele tivesse sido o dia da nossa origem.
Se tivesse tocado teu coração,
saberias descrever-me,
quando teus olhos se fecham.
quando teus olhos se fecham.
Saberias o meu cheiro,
a que sabe minha pele
a que sabe minha pele
e como sorriem os meus olhos,
quando me invade a paixão.
quando me invade a paixão.
Se tivesse tocado teu coração,
saberias que o mundo por vezes se cala,
que a música nasce nesses instantes
e que beijos não são o inicio nem o fim,
mas o caminho.
Benvinda Neves
17 Fevereiro 2013
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
É meu, mas não me pertence…
É meu, mas não me pertence…
É meu, mas não
me pertence…
Magoa este insistente
Pensamento,
Mordaz e critico
que de mim desfaz e desdenha,
Como estrangeiro
que contrariado me habita.
Aparece sem ser
convidado, instala-se como dono,
Entristece-me,
semeia dúvida, insegurança, domina-me
E reina depois como um tirano.
É contudo meu,
Sem o parecer…
Acompanha-me
como sombra desfasada,
Que projecta um
corpo diferente,
Em cuja forma
não se adivinha a origem.
Gigante
invisível, com braços poderosos que me prendem
E me mantêm
cativa em fórmulas que não trazem felicidade.
Estranho e duro
este Pensamento contraditório,
Que Sendo meu,
Não me pertence.
Benvinda
Neves
13
Fevereiro 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Ilusão..
( Fevereiro 2013)
Ilusão…
Azul através do qual navego
Na ilusão que enche a alma de cor
E a faz sereia em águas calmas de
esperança.
Lá longe,
Onde o sol te beijou em reflexos de paixão,
Onde o sol te beijou em reflexos de paixão,
Ficou o encanto das promessas que
fizeste com teu canto.
Tua voz ecoa ao nascer do dia
Atraindo pescadores de sonhos,
Que águas tumultuosas afoitos vencem
Na ilusão de te encontrarem.
Alma Sereia,
Que em mares de ilusão vives,
Para ti cantas
Para ti cantas
E te embalas com teus sonhos.
Adormeces assim em cada dia…
Benvinda Neves
11/Fevereiro 2013
sábado, 9 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Não se dar por vencida…
Não se dar por
vencida…
As rochas
estendem-se,
qual manto negro a debruar toda a costa,
qual manto negro a debruar toda a costa,
como um picotado
de renda, entre a terra e o mar.
O tempo, artesão persistente,
incansável na sua mestria,
entretém-se mudando-lhes formas e
cores.
O mar, mestre impaciente,
corroí-as mais rápido,
corroí-as mais rápido,
abrindo-lhe sulcos nas faces,
por onde escorre como lágrimas em torrentes.
Triste muralha,
à qual tempo e mar arrancaram toda a imponência.
à qual tempo e mar arrancaram toda a imponência.
Ainda que despojada e desfeita,
não se dá por vencida
e em grãos de ouro se transforma,
formando extenso areal.
formando extenso areal.
Benvinda Neves - 8 Fevereiro 2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Um dia é como uma Vida...
(imagem - o Douro com todo o seu esplendor)
Um dia é uma vida…
O nascer do sol é
silencioso, suave, ténue, quase tímido,
Mas como um milagre vai apagando a noite.
Trás a felicidade do Nascimento,
Que não conseguimos deixar de contemplar sem nos comover.
As manhãs são como a Infância,
Prolongam-se despreocupadas, dando-nos tempo para tudo,
Nelas nem pensamos que o dia terá fim.
O meio-dia é como a Adolescência,
Pujante,
quente e cheio de força, lindo,
Mas esta é a
hora em que o sol faz mal sem querer.
As tardes são o estado Jovem e Adulto,
Soalheiras,
brilhantes, apetecíveis, luxuriantes de cores,
Envolvem-nos
de tal forma que nem nos lembramos
Como foram
as manhãs nem que se aproxima o crepúsculo.
O anoitecer é como a Velhice,
Não
percebemos bem onde acabou a tarde,
Pois de
repente olhamos e as cores do céu mudaram.
O horizonte
tem agora tons que não vimos durante todo o dia,
Queremos
guarda-los e regista-los,
Pois sabemos
que o pôr-do-sol é rápido
E que depois
dele vem inevitavelmente a noite.
Com a noite, a certeza que o dia acabou.
Todos
queremos eternizar as tardes…
Benvinda Neves - 5 Fevereiro 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Mar de Incertezas...
(amanhecer em Santorini)
O mar e o céu, sempre fonte de inspiração.
Mar de Incertezas…
A minha vida foi sempre
Como a de um aventureiro que um dia partiu
No seu barco pequeno, se fez ao mar sem rota
marcada
E sem destino em mente.
Queria tanto poder dizer como toda a gente
Que aprendi com os erros, que estou mais forte
E que o meu corpo é uma couraça de coragem.
Mas não, não posso dizer,
Simplesmente porque contínuo em viagem
E o fascínio das vagas continua a impelir-me.
No mar calmo saboreio o mundo,
Mas no mar agitado meço o tamanho do meu
intimo,
Ambos me atraem com a mesma intensidade.
Repito erros porque o meu espírito é um aventureiro
insatisfeito,
Que adora remar num turbilhão de emoções.
É assim que consciencializo
Que navego neste imenso mar continuo e de
incertezas,
Com o mesmo prazer e vontade igual à que me
fez
Lançar o barco ao mar no dia da partida.
Benvinda Neves
4 Fevereiro 2013
(Durante muitos anos o meu sonho foi morar num barco)
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